TER OUTROS FILHOS DEPOIS DA MATERNIDADE ATÍPICA: ENTRE O DESEJO, O MEDO E A CULPA

MÃE NÃO CONVENCIONAL

Pouca gente fala sobre isso, mas muitas mães atípicas já se fizeram essa pergunta em silêncio:
“Será que posso — ou devo — ter outro filho?”

Depois de um diagnóstico, tudo muda. O tempo muda. A rotina muda. A mulher muda. E o futuro, que antes parecia óbvio, vira um campo minado de incertezas. Ter outro filho não é mais uma escolha leve ou natural. É um cálculo de risco. É uma equação emocional.

Tem o medo de que o novo bebê também venha com alguma condição.
Tem a culpa de dividir a atenção com o filho que já exige tanto.
Tem o julgamento da família. Tem o cansaço do corpo. Tem o trauma da gestação anterior.
Tem tudo junto.

E no meio disso tudo, ainda mora o desejo — legítimo — de ser mãe de novo.

Mas será que a sociedade permite que essa mulher deseje de novo?

A verdade é que o discurso da “mãe guerreira” também aprisiona. Esperam que ela abra mão de tudo, que se anule, que viva 100% em função da criança atípica. E, se ousa pensar em ter outro filho, já ouve que é irresponsável, que não dá conta nem do que já tem.

Mas o desejo de ampliar a família não deveria ser visto como egoísmo.
Deveria ser visto como um direito.

Cada caso é único. Algumas mães encontram força no segundo filho. Outras encontram equilíbrio. Algumas não querem — e tudo bem. Outras não podem — e também precisa estar tudo bem. Mas o problema está em não poder nem pensar sobre isso sem ser julgada.

O medo é real. O desejo é legítimo. A decisão é íntima.

Sim, é possível ter outro filho depois da maternidade atípica.
Mas é preciso fazer isso com suporte, com preparo, com acolhimento.
Não pode ser uma fuga. Nem uma tentativa de “compensar”.
Precisa ser uma escolha consciente.

E essa consciência só é possível quando há espaço para refletir sem culpa.

Se você já pensou em ter outro filho — mas foi silenciada pela culpa ou pelo medo — saiba: você não está sozinha. Muitas de nós já estivemos aí. Entre o querer e o não poder. Entre o sonhar e o silenciar.

Talvez você não decida agora. Talvez nem queira mais.
Mas você tem o direito de pensar sobre isso sem ser julgada.

E isso já é um começo.

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